Semana de Moda de Paris – Dia 02

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Por Mirela Lacerda

Gosto muito de Martin Margiela. Primeiro por ele ser belga, segundo por todo o mistério que ronda a sua imagem (ele não aparece nunca no fim dos desfiles e não dá entrevistas) e terceiro por ser extremamente inteligente na concepção de suas roupas. Sempre fico me perguntando qual é a mensagem por trás de cada look… Desta vez há uma certa certa sensualidade no ar com os bodysuits com pedaços de tecido tipo rede ou jérsei, que formam saias e vestidos assimétricos. Até aí tudo bem. Mas eis que aparecem golas (se é que podem ser chamadas assim) imensas, cobrindo quase o rosto das modelos. Algumas são continuações do blazer ou do vestido de tricô, outras são inseridas como um acessório. Dá um certo nervoso de ver, parece um silenciador de voz ou um mega cordão de controle. Hum…o que será que Margiela quer dizer?
Martin Margiela

Yohji Yamamoto fez uma parceria com a Hermès. Calma, ele não vai lançar a próxima it bag, apenas trabalhou junto com a grife no desenvolvimento do couro, que dominou boa parte do desfile, com muitas jaquetas. Gostei mais do uso de tricôs e padronagens clássicas e da mistura das cores (azul, laranja, vermelho, verde), além da modelagem de alguns casacos, com cachecóis já acoplados. Super útil.

Yohji Yamamoto

As belas pinturas nos tecidos do desfile de Vivienne Westwood não foram feitas por nenhum grande designer, mas sim por crianças de 7 ou 8 anos. Dame Vivi pediu que elas se imaginassem defendendo o mundo dos danos ambientais. E assim, apareceram as estampas alegres e fofas do desfile, que tinha um cenário reproduzindo uma floresta tropical. A pintura também se estendeu para o rosto das modelos. Apesar de não gostar muito das formas, achei tudo muito lúdico e divertido. Vivienne soube chamar atenção para um problema sem deixar o clima “carregado”.

Vivienne Westwood

A Isabel Marant é um hit entre as jovens francesas. Coleção descomplicada mas cheia de estilo, looks esportivos mas femininos, calças largas, cintura marcada, túnicas, xadrez e desenhos tribais/indígenas. Não tem porque não gostar!

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