A Osklen apresentou sua coleção “Rising” usando uma paleta econômica de cores onde o cinza reinou absoluto. Mais uma vez, a marca apostou no moletom, como já vem fazendo, e nem mesmo o clássico casaco de capuz (aquele que chamávamos “canguru”) ficou de fora. O capuz, aliás, ganhou proporções exageradas que caíam pelos ombros e costas em diversos casacos.
O primeiro look era um vestido curto de decote canoa com o barrado ligeiramente irregular. Masculino e feminino se alternaram na passarela onde todos os modelos usavam óculos de grossas armações pretas e dreads coloridos nos cabelos. A calça sarouel esteve presente combinada a blazers ajustados, grandes casacos de tricô mesclado de aspecto artesanal para os homens, e camisas com corte tradicional em moletom. O tecido foi ricamente trabalhado, como se viu em mangas cheias de pences cujo resultado eram volumes improváveis para uma matéria-prima tão maleável.
Os comprimentos variaram desde a curta e armada saia combinada a camisetas simples até saias compridas e fluidas com bolsos nas laterais. As formas, em geral, são mais quadradas e rígidas, como num dos últimos looks do desfile, um vestido preto de mangas curtas costurado em camadas sobrepostas. A lã também marcou presença, em coletes masculinos e no vestido curto para as meninas, ambos franjados em tons de preto e marrom dando a sensação de que eram pequenos dreads (como os dos cabelos) aplicados sobre a roupa. Peças prateadas brilhantes também foram aplicadas em casacos de tricô, tanto masculino quanto feminino.
Vimos ainda looks que remetem diretamente ao futurismo dos anos 60, cheios de placas quadradas pretas em vestidos e blusas. Nos últimos looks, os tecidos com acabamentos especiais tinham aspecto encerado que conferia a impressão de um leve tie-dye nas barras de vestidos e blazers masculinos. Por Julia Wahmann