Neva na passarela de Samuel Cirnansck, cheia de vestidos volumosos e luxuosos inspirados na Rússia e seus ballets. Adornadas por jóias e tiaras, com maquiagem forte (olhos com sombra amarela e boca vermelha), as mulheres-bailarinas (ou princesas?) de Samuel vestem camadas de sedas, tules, organza, cetim e peles cheias de bordados e brilhos.
As saias dos vestidos têm volume (das camadas sobrepostas) e movimento e bordados nobres aplicados. Laços de cetim enfeitam cinturas, mangas bufantes cobrem os braços, passamanarias douradas e canutilhos dão brilho a decotes e barrados. É uma coleção de crus, pretos e vermelhos, com um amarelo-dourado no tomara-que-caia de saia de tule. Alguns dos vestidos são menos rebuscados, os vermelhos de cetim sem manga por exemplo.
A entrada final, já com a falsa neve caindo na passarela de árvores sem folhas, é de uma noiva com véu e cauda no vestido preto. Samuel entra nos agradecimentos como um lorde, com condecoração no paletó de veludo. Ou melhor, como um Czar.
Por Julia Wahmann