Retrospectiva de uma Década Fast Fashion

A primeira década do século XXI terminou em ritmo super acelerado. Em 10 anos, escapamos para vários países e várias décadas, ficamos obcecadas pelo estilo das celebridades, desejamos it bags e jeans premium, customizamos nossas roupas, garimpamos peças vintage em brechós, aprendemos a consumir moda online e nos acostumamos a acompanhar desfiles ao vivo, a fazer mil posts em blogs e a não deixar escapar uma noticiazinha no Twitter. Se você acha que tudo aconteceu muito rápido, tem razão. Então, para refrescar a memória, fiz um apanhado do que foi mais relevante nos últimos anos, bem ao estilo “você se lembra”?

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Campanha de primavera 2002 da Louis Vuitton, a 1a após os ataques de 11/09: inspiração nos contos de fada

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Coleção M.A.C Hello Kitty

O ano 2000 começou maximalista (em oposição aos minimalistas anos 90) e ameaçando uma releitura dos 80. Porém, depois do 11 de setembro, o Escapismo (a macro-tendência da década) se instalou em nossas vidas, com excessivas visitas aos 70’s e viagens para lugares exóticos da Ásia, África, América, Oceania e até Europa: Índia, México, Peru, Taiti, Marrocos…quanta vontade de fugir! Fugimos também de volta à infância, colecionando toy art, usando camisetas de personagens de desenhos animados e comprando Hello Kittys e outros brinquedos icônicos.

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“Sex and the City” e os figurinos de Patricia Field lançaram moda

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Jennifer Aniston, Lindsay Lohan, Sienna Miller, Nicole, Marion, Penelope e Kate: as estrelas na moda

Também babamos pelo figurino de Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte e idolatramos Manolos e Jimmy Choos. “Sex and the city” lançou moda como há muito tempo não se via na TV. Sarah Jessica Parker virou ícone de estilo impulsionada por uma mídia que cada vez mais cultuava celebridades. Foi definitivamente o fim das supermodels, que foram substituídas por atrizes e cantoras em capas de revista e nas campanhas das grandes marcas. Isso quando não decidiam lançar sua própria linha de roupas!

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Birkin da Hermès, Paddington da Chloé, LV by Takashi Murakami e a Lariat da Balenciaga: ícones

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As bolsas ganharam destaque também nas campanhas das grandes grifes

Foram elas também que propagaram a febre das it-bags ao serem fotografadas usando Birkins, Kellys, Paddingtons e demais modelos batizados com nomes que estavam por toda a internet. O fenômeno, que tornou os acessórios mais importantes do que as roupas, não aconteceu à toa. Com a consagração dos conglomerados de luxo dominando a moda, estratégias de marketing foram montadas para estimular o consumo das grifes. E quem não podia pagar por um vestido, comprava uma bolsa ou um sapato e exibia orgulhosamente sua aquisição.

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Balenciaga e Prada

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McQueen e Chalayan

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Thakoon, Basso & Brooke…

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Erdem e Aquilano.Rimondi: novos talentos com apoio da indústria

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Marc Jacobs: o rei da década

As bolsas, no entanto, não tiraram totalmente a atenção das passarelas e de nomes como Nicolas Ghesquière, que ressuscitou a Balenciaga, Miuccia Prada, e suas coleções cada vez mais surpreendentes na Prada e na Miu Miu, do já saudoso Alexander McQueen, em vôo solo após a saída da Givenchy (agora brilhando com Riccardo Tisci), Hussein Chalayan e o uso da tecnologia a serviço da moda e Stella McCartney, introduzindo o eco-chique. É claro que o rei da década é Marc Jacobs, tanto em sua marca quanto na Louis Vuitton, onde as bolsas assinadas por artistas pop garantiram seu status de celebridade. Perdemos Tom Ford na Gucci e na Yves Saint Laurent, em 2004, mas ele virou perfumista, designer de óculos, criador de uma linha hiper exclusiva de roupas masculinas e até diretor de cinema! Em setembro deste ano ele voltou com tudo para a moda feminina e mostrou todo seu poder ao restringir o número de convidados e não liberar fotos de seu desfile. Londres bateu o pé como principal celeiro de novos talentos, que por sinal ganharam concursos mundo afora para apoiá-los. Fashion Fringe na Inglaterra, Vogue Fashion Fund nos EUA e Who’s Next na Itália contribuíram para dar voz a uma nova geração de estilistas.

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Campanha de Roberto Cavalli para H&M

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E Kate para Topshop

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A Diesel e uma de suas bem-humoradas campanhas

Nesta era de democratização da moda, o troféu vai para as redes de fast fashion. Zara, Topshop e H&M mostraram que o hi-lo era possível, principalmente após convidarem Karl Lagerfeld, Vitor & Rolf, Rei Kawakubo, Roberto Cavalli, Alber Elbaz e Kate Moss, entre outros, para criarem linhas especiais, unindo design a preços super convidativos. Quem foi alçado ao posto de item de luxo, porém, foi o jeans, ou melhor o premium jeans. A peça mais básica do guarda-roupa passou a ser fabricada por marcas que investiam em modelagem, lavagens, tingimentos e cortes diferenciados. Seven, Hudson, Paper, Citizens of Humanity, Diesel… a lista é tão grande quanto a oferta de modelos a custos inflacionados.

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Animale e Isabela Capeto: marcas cariocas ganhando o Brasil

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Osklen e Carlos Miele: do Brasil para o mundo

Aqui no Brasil, passamos por um período de crescimento e expansão. Nossos estilistas tornaram-se conhecidos internacionalmente, abrindo até lojas no exterior. O Morumbi Fashion virou São Paulo Fashion Week e a Semana Barra Shopping, Fashion Rio. Os novos talentos tiveram o apoio do Rio Moda Hype, do Amni Hot Spot e da Casa dos Criadores para se divulgarem. A moda carioca espalhou-se pelo país com Isabela Capeto e Animale, entre outras, além das fast-fashion Farm e Espaço Fashion. Osklen, Carlos Miele e Rosa Chá fazem sucesso também além-mar, com lojas no exterior.Vimos outras semanas de moda serem criadas fora do eixo Rio- SP e também a chegada das grifes de luxo internacionais, sobretudo nos shoppings paulistas. A moda brasileira ganhou identidade e gerou curiosidade, com promessas de ampliar cada vez mais seu mercado.

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Victoria Beckham, Sienna Miller, Blake Kively, Agyness Deyn e Alexa Chung: celebridades ditando estilo

Do étnico ao bling-bling do hip hop, do vintage ao futurismo, dos conglomerados aos novos talentos, a moda nesta década cresceu e apareceu, saindo de um segmento de mercado para ganhar a indústria do entretenimento. O que esperar para os próximos anos? A associação cada vez mais forte com a tecnologia e as redes sociais. Prepare-se para o boom do e-commerce e do m-commerce, além do crescimento do Facebook como aplicativo de compras. Com certeza, no fim da década estaremos consumindo de formas ainda mais inusitadas!

Ps: este post foi originalmente publicado em dezembro de 2009, mas como oficialmente a década termina agora, resolvi republicá-lo, com algumas atualizações.

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