Por Mirela Lacerda
Não precisei esperar até hoje de manhã para saber o que rolou no desfile da Prada, porque ontem à noite o blog da Cathy Horyn já tinha as informações. Bom, como sempre Miuccia Prada sempre trabalha com a última coisa que imaginamos que ela trabalharia, neste caso, a renda. Looks inteiros em renda preta, marrom, dourada, prata, azul clara e laranja.
Ou seja, a renda é “o” material da estação e, claro, vamos ver mil versões do material já na nossa primavera/verão. Só que a renda da Prada foi feita artesanalmente na Suíça, o que significa que vai ser muito cara. Assim a grife consegue elevar o seu prêt-à-porter de luxo para um nível quase de alta-costura e continuar se diferenciando.
Rendas geralmente são sinônimos de extrema feminilidade e romantismo. Mas o outono/inverno da Prada foi bem austero e contido. Como disse Miuccia, ela queria fazer algo minimalista, que fosse feminino e forte, mas no fim das contas não tão sexy. Recado dado. A sensualidade está mesmo em baixa e a mulher que veste Prada, longe de ser o diabo, não quer seduzir de forma óbvia e por isso usa camisas de gola alta por baixo das blusas de renda, algumas com uma espécie de basque na cintura.
As saias rendadas nos joelhos, apesar de transparentes não eram nada vulgares (até porque na vida real elas não vão ser usadas daquele jeito). Apareceram também outros materiais nos vestidos retos, com pequenos detalhes de renda ou looks em preto, lisos. Os acessórios? Bolsas médias de renda ou couro, colares enormes, óculos “sci-fi”, sandálias com “asas” e falsas botas até os joelhos.
Alguns comentários sinalizam para uma releitura do nerd-chic dos anos 90, por causa das camisas fechadas e da intenção de resgatar o minimalismo. Realmente esses elementos estavam lá, porém nada era literal. Se existe uma tendência de volta ao minimalismo (assunto que há uns 3 anos surge em uma ou outra coleção, inclusive da Prada), será combinando simplicidade com detalhes luxuosos. E quem faz isso melhor que Miuccia Prada?
Obs: No site da Elle, há uma matéria sobre o poder de renovação constante da grife. Vale a pena ler e relembrar algumas coleções.